A DEUSA QUE ESCREVE CARTAS DE AMOR PARA O MARTE E VÉNUS


 


Todos nós, homens e mulheres declaramos instintivamente que não compreendemos o mundo um do outro.

Fazemos uma viagem frustrada para tentar perceber nossos mundos paralelos que na mesma proporção são tão iguais já que todos buscamos a mesma seiva que é a felicidade.

John Gray afirma que sem a consciência de que deveriam ser diferentes, homens e mulheres estão em disputa uns com os outros. Nós geralmente ficamos nervosos ou frustrados com o sexo oposto porque esquecemos dessa verdade importante. Esperamos que o sexo oposto se pareça mais connosco. Desejamos que façam o que nós queremos e sintam como nós sentimos.

Vale ressaltar que tais diferenças que o autor se refere não são de ordem política, social e económica que a principio agitam os movimentos feministas, pois acreditamos que se nessas esferas houvesse igualdade de oportunidades, homens e mulheres teriam a possibilidade trabalhar e se mover com um pouco mais de justiça.

As diferenças que o autor reporta são de caracter biológica e emocional, pois é, parece que culturalmente e psicologicamente homens e mulheres gerem suas emoções de formas diferente. É necessário repisar a cultura, porque parece que a medida que sociedade evolui, se esquece de incutir a educação emocional que tão é importante tanto quanto a educação formal.

Caro leitor, se você quer pistas para compreender o cérebro feminino e masculino, leia o livro do Jonh Gray e encontre subsídios para potencializar o autoconhecimento e seu relacionamento afetivo, mas advirto que é preciso estarmos conscientes de que nem todos relacionamentos precisam destes insights.

O autor alude que quando homens e mulheres são capazes de respeitar e aceitar suas diferenças, o amor tem chances de desabrochar. Para facilitar a compressão do tema, farei uma breve caracterização das venusianas e dos marcianos

 O marciano:

  • Valoriza o poder, a competência, a eficiência e a realização. Ele está sempre a fazer coisas para provar e desenvolver seu poder e suas habilidades. Seu senso de si mesmo é definido pela sua habilidade de alcançar resultados
  • Raramente conversa sobre seus problemas, a menos que precise de conselho profissional. Pedir ajuda é um ato de fraqueza.
  • Quando está estressado entra numa caverna, se retrai, não conversa e se torna progressivamente concentrado.

 A venusiana:

  • Valoriza o amor, a comunicação, a beleza e os relacionamentos. Passa muito tempo a amparar, ajudar e a acalentar outras pessoas.
  • Quando está estressada, para encontrar alívio precisa falar com todos os detalhes do problema, pois quando partilha suas fragilidades se sente melhor
  • Dividir problemas com alguém é considerado um sinal de amor e confiança e não uma chatice. Não se sente envergonhada de ter problemas, seu ego não depende de querer parecer competente, mas sim participar de relacionamentos.

Depois desta caracterização, se pode ver onde residem nossas diferenças. E agora, como encontrar equilíbrio entre marcianos e venusianas, que insistem em fundir seus planetas em um, sem abrir mão da individualidade?

Gray afirma que entender isso, é compreender que homens e mulheres ficam motivados de maneiras diferentes. Os marcianos sentem-se motivados e fortalecidos quando se sentem necessários e as venusianas ficam motivadas e com autoridade quando se sentem acalentadas.

Para minimizar os conflitos, é preciso que ambos estejam conscientes do que precisam dar, receber e contribuir em concordância com a forma como cada um se sente amado. A venusiana quer do marciano: carinho, compressão, respeito, devoção, validação, ouvinte e reafirmação e o marciano necessita da venusiana: a confiança, aceitação, apreço admiração, aprovação e encorajamento.

É preciso frisar que é possível que se encontre em mulheres algumas características descritas para homens e vice-versa, no entanto, estas são na visão do autor, as formas como o sexo oposto se sente amado. E para melhor compressão disto, talvez seja necessário identificar a linguagem de amor do seu parceiro (veja o post “você sabia que existem linguagens de amor?”)

Quando o conflito bate a porta, o autor recomenda que se exercite a inteligência emocional, já que não são as discordâncias e as diferenças que machucam, mas sim a forma como nos comunicamos com o outro. Geralmente, os marcianos resolvem os conflitos usando o combate e a corrida, enquanto que as venusianas se camuflam ou curvam-se.

O autor lista os motivos pelos quais, geralmente homens e mulheres discutem, convido a si, caro leitor a ler sobre assunto, porque acredito que vai se identificar e encontrará pistas para aprender corrigir-se, sem necessariamente utilizar os mecanismos anunciados acima, pois estes, ao invés de resolver o problema o tornam grave.

Para resolver os conflitos, o autor recomenda que aprendamos a comunicar nossos sentimentos através de cartas que elucidem os pontos negativos e positivos do cônjuge, sem que isso signifique não focar no problema que precisa ser resolvido. Escrever sentimentos negativos, é uma maneira de tomar consciência do quanto podemos estar a ser desamorosos, e isso ajuda no ajuste da abordagem.

De acordo com o Gray, quando homens escrevem cartas tornam-se mais carinhosos, compressivos e respeitosos e quando as mulheres escrevem cartas tornam-se mais confiantes, recetivas e apreciativas. Escrever uma carta de amor, dá a possibilidade de avaliar o que deve ser dito, e como deve ser dito, sem que o outro se sinta machucado, prepara o marciano e a venusiana para uma comunicação assertiva, respeitosa e focada em soluções.

Nem todas as cartas precisam ser entregues ou devem ser escritas para o marciano ou para a venusiana. Na minha ótica, escrever cartas de amor para si mesmo, ensina a gerir e expressar emoções e sentimentos, facilitando, deste modo, a encontrar soluções para as questões que nos inquietam. Se estás no processo do autoconhecimento, escreva-se cartas de amor para fazer as pazes consigo mesmo.

No que toca aos relacionamentos afetivos, vale também, citar a professora e Youtuber brasileira Rita Von Hunty que diz que relacionar-se é sinónimo de refazer e redirigir os laços, pois o laço precisa ser dado várias vezes e todos os dias até que se arrebente, e se ainda valer a pena voltar a costura-lo.

As palavras da Rita me recordaram o poema que a Alice Ambrucer partilhou comigo, passo recitar:

Ele veio

Eu esquivei

Ele pediu

Eu neguei

Ele insistiu

Eu aceitei

Ele consumiu

Eu gostei

Ele sumiu

Eu enlouqueci (Alice Ambrucer).

Querida Alice, não sei se este poema cabe nesta reflexão, em que trato das cartas de amor para o Vénus e Marte, e sobre as cavernas masculinas e as verbalizações histéricas femininas. Acho que devemos tratar sobre este assunto em outras reflexões, onde podemos abordar sobre a “responsabilidade emocional, a síndrome de Piter Pan e da Wendy”. Alice, lamento informar, mas nossos comportamentos afetivos e sociais estão a ser catalogados por cientistas como síndromes.

Voltando para as cartas de amor, qual foi a última vez que você se apaixonou pela mesma pessoa? Ou você se apaixonou outra vez por si mesmo? 

 Link para o livro citado

https://professordiegodelpasso.files.wordpress.com/2016/05/john-gray-homens-sc3a3o-de-marte-e-mulheres-sc3a3o-de-vc3aanus.pdf

Comentários

  1. Tema muito interessante. Que ajuda-nos bastante a saber num determinado relacionamento quais são pontos que Dove se melhorar
    E para fazer se o correcto. E este tema contribuem positivamente num determinado relacionamento, de forma a existir respeito, harmonia e muito mais.

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    1. Ola Tawanda. Realmente é uma leitura interessante e que consola a natureza de ser homem ou mulher sem culpa, mas ensinando a tolerância com o sexo oposto. Vale a oena ler

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  2. muito interessante
    vou le lo com mais vagar

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    1. Te desejo uma boa leitura, e que te encontres lá. Obrigada por comentar no blog

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  3. Parabéns 😍😍😍😍👏🏽👏🏽👏🏽👏🏽👏🏽


    " Não são as discordâncias e as diferenças que machucam , mas sim a forma como nos comunicamos com o outro"
    É preciso aprendemos a comunicar os nossos sentimentos.
    É verídico. Sem comentários 😍😍👏👏👏👏👏

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    1. É isso aí Siena, imagine se realmente a comunicação fosse boa sem berros, e que nossos sentimentos fossem escutados. Hooo talvez muita coisa iria melhorar

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