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Mostrando postagens de 2021

A GERAÇÃO DOS OFENDIDOS

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  Depois de tanto tempo sem escrever para o blog, me veio a vontade de partilhar um pouco das experiências que tenho tido no primeiro mundo, que as vezes, me fazem conhecer as outras facetas históricas do meu país Moçambique. Caros leitores, hoje tive a oportunidade de assistir a uma aula sobre a história do cinema africano e moçambicano à convite de um professor especialista nesta matéria, que foi invitado por uma professora da Universidade de Alcalá para dar uma aula sobre a história do cinema africano na sua disciplina de antropologia audiovisual. A aula foi alucinante para mim, não somente pela matéria que estava a ser lecionada, mas também pelo entusiamo, paixão e por perceber que os olhos do professor cintilavam ao explicar e ensinar sobre como começou e evoluiu o cinema no continente africano. Ao longo da aula, o professor focou-se na história do cinema moçambicano, o que me deu bastante alegria por eu ser moçambicana e poder ter a oportunidade de aprender sobre a hist...

CITATION: UMA OUTRA NARRATIVA DO CINEMA AFRICANO

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  Sempre que ouvimos falar de cinema africano nos vem à mente imagem dos filmes da Nollywood que trazem sempre o mesmo enredo sobre tráfico humano, trabalho infantil, feitiçaria, traição e a pressão social que as pessoas, principalmente mulheres são submetidas para se casarem. Não há dúvidas de que as questões acima mencionadas, retratam e representam a realidade e as vivências cotidianas dos africanos, porém a forma como são contadas acaba sendo repetitiva e sem trazer a emoção que geralmente sentimos quando assistimos os filmes da Hollywood. Para se trazer a emoção e a surpresa em falta nos filmes da Nolllywood, talvez seja necessário, na minha opinião, se construir outras narrativas sobre estes assuntos, pois, assim como foi feito no filme Citation, é possível se adicionar a um tema comum de assédio sexual, um pouco mais de emoção, criatividade, originalidade e método. O filme Citation , dirigido por   Kunle Afolayan , acontece em duas linhas de tempo (passado e prese...

IMIGRANTES? NÓS PERTENCEMOS AO MUNDO….!

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Finalmente terminei de ler o livro Homo sapiens de Yuval Harari, me comprometi a fazer uma resenha sobre o livro neste espaço, mas o tempo não tem me permitido, e não tenho conseguido  me dedicar ao blog com frequência.  Enquanto o dia de escrever a resenha não chega, a minha mente vai resgatando conversas que tive com alguns amigos, que de alguma forma as vi sendo debatidas e questionadas neste livro que conta a história da humanidade. Acredito que muitas pessoas, assim como eu, Natércia, Alejandro e Daniela vivemos em busca de respostas e explicações sobre o passado e o futuro dos nossos países em Vias de Desenvolvimento. Por certo, não queremos com isso “predizer o futuro, mas sim nos libertar do passado e imaginarmos destinos alternativos” para os lugares de onde a gente vem que são Moçambique e México. Num destes reencontros, nos pusemos a conversar sobre os que nos faz ser parecidos enquanto indivíduos pertencentes aos países que sempre estarão em Vias de Desenvolv...

OS MADJONIDJONIS: DAS MINAS, APENAS VOLTAM AS RUGAS.

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  − Vovó Rosa, por que os tios e o papá são mais afetivos consigo, e parece existir uma tensão com o  vovô  Calisto? Por que o tio Jaime não é filho biológico do  vovô  Calisto? A v ovó  leva muitos anos casada com  vovô  Calisto qual é o segredo, estou curiosa… − Minha neta Sandra, falas com muita inocência do casamento, mas não é tão simples, quando te aparece um Calisto na vida. Hoje vocês jovens, e mulheres podem casar e divorciar a qualquer altura, mas também, as vezes só se fica casado por c onveniência.  A história entre eu e seu avô é longa. Estás preparada para ouvir? − Claro vovó, estou curiosa, e já na escuta. Em 1978, eu tinha 30 anos quando seu avô Calisto imigrou para Africa do Sul para buscar melhores condições de vida para nós, deixou-me aqui na Manhiça com os nossos 3 filhos, teu pai João, o Francisco e a Salmina (que deus a tem). Não foi fácil ter que suportar a ausência do homem da casa, no entanto não restava outra...

NEM TUDO SERÁ NOVO, SE NÃO HOUVER RENOVAÇÃO

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Sempre que novos ciclos iniciam esperamos que eles nos tragam coisas novas, pessoas novas e que todas elas sejam boas. Não aceitamos a ideia de que a vida se faz de eventos bons e maus, e de pessoas e coisas velhas e novas, e que nós seres humanos, vivemos no meio deste caos, cabendo apenas a ideia de ter que decidir como encarar estes pêndulos. Nem sempre a desordem acontece por nossa culpa, pois no filme “viver” existe o acaso que não depende do quanto você tentou fazer o certo e o bem, ele simplesmente acontece. E nestas circunstâncias, pouco vale pensar nos porquês, talvez caiba apenas aceitar que as eventualidades por vezes acontecem para nos proteger, acolher e nos acordar da distração de que estamos no caminho certo. No meio deste borbulhar de coisas boas e más, velhas e novas, é preciso que assim como a natureza, aceitemos a mudança e a renovação como um processo natural. É preciso aceitar que a morte é sinonimo de renovação. E este despertar só acontece quando depois da impotê...