A VIZINHA PROSTITUTA AOS OLHOS DO SANTO RELIGIOSO
Há Alguns dias atrás estive a conversar
com um amigo muito querido sobre coisas da vida, a nossa conversa levou-nos a
falar sobre as barracas do complexo que nunca fecham, da música em alto som que
nos incomoda enquanto residentes de Hulene.
Meu querido amigo, comentou-me sobre
sua vizinha que é cliente assídua das barracas do complexo, uma jovem com
filhos de pais diferentes e que é prostituta. Meu amigo caracterizou a jovem
com um desprezo inquestionável.
Acompanhei a descrição, mas nalgum
momento deixei de prestar atenção em suas palavras, e me foquei na expressão corporal,
o rosto e os olhos do meu amigo estavam carregados de ódio. Ele me chamou à sua
fala quando disse: “Eu não dou, e nunca vou dar boleia aquela moça”.
Fiquei assustada com aquela
frase, porque me apercebi que o meu querido amigo que tanto entende da palavra
de Deus estava a julgar sua vizinha por ser prostituta, imaginei situações que
a vizinha prostituta estaria em aflição e precisaria da boleia do meu amigo.
Não pude respondê-lo naquele momento,
porque me compadeci com a situação, me imaginei no lugar da vizinha prostituta
e fiquei acanhada, não consegui gritar. Queria
ter defendido, se calhar, o ser humano representado pela vizinha prostituta, não
consegui. Frustrei-me e calei-me.
Passado alguns meses, recordei-me
da história e junto veio a imagem da Maria Madalena, não a conheci, mas ouço e
leio que antes dela ser santificada pela igreja católica, foi tratada como pecadora
e prostituta, ela foi libertada dos seus 7 demónios por Jesus Cristo.
Dan Brown na sua obra de ficção “Código
da Vinci” diz que Maria Madalena manteve um relacionamento secreto com Jesus Cristo,
ele amou Maria Madalena e do relacionamento nasceu um filho que nunca nos foi
revelada a identidade. Li que um historiador chamado Michael Haag estudou o
relacionamento entre Jesus Cristo e a Maria Madalena, o autor visualizou em
suas análises a Maria Madalena sendo esposa de Jesus.
Nenhum de nós sabe até que ponto
estas teorias podem ser verdadeiras ou falsas, mas imagine que Jesus Cristo
tenha esposado uma prostituta, tenha escolhido uma prostituta para ser a mãe de
seu filho. Isto pode significar que Jesus não julgou a Maria Madalena por ela
ser o que é, apenas a amou.
Então, porque o meu amigo que
conhece a palavra de Deus, a lei de Deus julga sua vizinha prostituta a ponto
de não poder salva-la num momento de aflição?
Será que meu amigo é um santo
religioso? Meu amigo segue à risca a lei de Deus a ponto de não cometer nenhum pecado?
Eu não sei. Mas se quem meu amigo segue e admira foi capaz de esposar uma
prostituta, quem ele é para não amar, ajudar sua vizinha que é amiga de profissão
da Maria Madalena e esposa de Jesus Cristo?
Eu não ainda não formulei a
resposta, ou o argumento para defender a vizinha prostituta, apenas fiquei com muitos
questionamentos. Espero que minha busca não me leve a afirmações verdadeiras ou
falsas, mas sim a construções críticas que me façam ver a humanidade além de
suas escolhas.
texto muito interessante,o conceito de prostituicao e descriminatoria pelo facto de so aplicar as mulheres e nao aos homens.atualmente define se prostituta a uma mulher que mantem relaccoes sexuais a troca de favores ou relacionar se de forma simultanea com duas ou mais pessoas em questoes sexuais. o Homem que tem esses habitos nao e rotulado,
ResponderExcluirrejeitar alguem alguem pelo pecado e por si so anti biblico
Querido Leitor muito obrigada por comentar no blog, realmente a questão da prostituição é uma questão complexa. É preciso olharmos também em outras perspetivas, quero acreditar que a do julgamento pode não ser bíblico e humano
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