COMO ACABAR COM O FEMINISMO





Hoje cedo minha companheira Maggy do clube de leitura partilhou uma mensagem que recebeu de alguém que lê o movimento feminista diferente da sua visão. Não sei ao certo se esta pessoa é machista ou não se identifica com nenhum desses movimentos, mas sua mensagem deixou muitas meninas do clube, inclusive a mim confusa.

Maggy partilhou a seguinte mensagem:

África sempre foi matriarca, sempre entendemos que para o bom funcionamento de uma sociedade a mulher é a base de tudo. Ao contrário de uma Europa e Ásia patriarca que sempre defendeu a superioridade masculina, as suas religiões sempre defenderam o mesmo, por isso machismo não é um problema de origem cultural africana, nós não temos necessidade deste falso feminismo que distância homens de mulheres e mulheres de homens, nós em África sempre entendemos que para termos uma sociedade em bom funcionamento é essencial uma boa relação entre o homem e a mulher, que gera famílias estáveis, crianças estáveis e um país estável.”

Este tipo de visões e discussões fervorosas sobre o machismo e o feminismo são comuns nas redes sociais sejam virtuais ou físicas. Para alguns o feminismo é um monte de teorias que mulheres utilizam para se vitimizar, para outros são teorias que defendem o empoderamento da mulher.

Mas se as teorias ou visões feministas nos criam inquietações enquanto sociedade, porque não acabamos com tudo isto? Se o feminismo chega a ser uma teoria, as dinâmicas sociais e da humanidade nos ensinaram que a superação de uma corrente implica necessariamente o surgimento da outra. Então que o próximo movimento valorize as duas partes de forma igualitária.

Africa não é um continente especial tanto quanto a América, Europa e Asia, então se não há necessidade de militar a favor do feminismo que não exista também o machismo. Talvez seja necessário discutirmos a humanidade numa sociedade que não seja matriarcal e patriarcal.

Se aprendermos a olhar o próximo para além do sexo, isto pode significar que o género feminino e masculino serviria para identificar pessoas com características físicas e psicológicas diferentes, e não necessariamente pessoas fortes ou fracas, servidoras ou comandantes, e submissas ou emancipadas.

Se queremos terminar com estes ataques temos que ler. Precisamos ler histórias de homens e mulheres oprimidos (as) e exaltados(as), conhecer teorias que defendem correntes diferentes das nossas e buscarmos através delas significar a humanidade.


Para acabar com feminismo é preciso interpretar e analisar o que foi dito por Rupi Kaur quando perguntou " qual é a maior lição que uma mulher pode aprender?" e ela mesmo respondeu: "que desde o primeiro dia, ela sempre teve tudo o que precisa dentro de si mesma. foi o mundo que a convenceu que ela não tinha".

Para acabar com o machismo é necessário interpretar e analisar as palavras ditas por Mike Tyson quando disse que “As feministas são um bando de mulheres frustradas porque queriam ter nascido homens”.

Se no fim concluirmos ou nos apercebermos que o resultado obtido destas visões divergentes do feminismo e do machismo não oprimem a mulher nem o homem, e não se combatem. Teremos aprendido sobre empatia, equidade respeito e parceria. teremos criado enquanto humanidade uma revolução profunda e prazerosa.

Enquanto isso não acontece, Magy precisamos militar a favor do feminismo, porque nossa leitura feminista tem nos ensinado que o feminismo é um conjunto de movimentos políticos, sociais e filosóficos que pretendem garantir uma vivência humana baseada na igualdade entre homens e mulheres.

Querida Magy, considero que seja também importante lermos e ouvirmos discussões que contradizem o feminismo. Até agora não encontrei livros e vídeos que se proponham a discutir o machismo enquanto um movimento político, social e filosófico que trate a mulher e o homem de forma igual. Se alguém conhecer, por favor nos indiquem, pois temos pretensão de aprender sobre o assunto.

Magy, parte da minha profissão me permite sugerir leituras, autores e documentos que possam nos ajudar a construir respostas próprias sobre o mundo, por isso recomendo que leia, escute e assista livros e vídeos sobre feminismo, religião, filosofia, história, psicologia etc….

A construção do mundo a partir de várias visões, permite que saibamos identificar quando uma conversa, discussão e abordagem nos enriquecerá ou oprimirá. A partir disto, você saberá como abordar alguns assuntos emancipadores ou opressores.  Deixo aqui uma listinha de bibliografias que acredito que poderão despertar possíveis respostas sobre questões da humanidade.




Sapiens - Uma Breve História da Humanidade de Yuval Noah Harari
Eu sou Malala de Malala Yousafzai,

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