ABORDANDO O ABORTO…..!
Tocar em assuntos relacionados ao aborto é trazer à tona questões sensíveis e as vezes polémicas, sempre nos remete a dúvida, reconheço que decidimos toma-lo desta forma para evitar ter um posicionamento que em alguma fase da nossa vida possa nos contradizer.
Num dia desses, um amigo perguntou-me – o que achas do aborto?
Agora ele é legal aqui em Moçambique.
Em Moçambique a taxa de mortalidade materna por causa do aborto é
aproximadamente de 11%, entretanto, acredita-se que a prática de abortos
clandestinos podem esconder a real magnitude do problema.
Esta pergunta me paralisou, e remeteu a pensar no assunto. E sendo
mulher, me senti tocada, não tive certeza se a legalização era boa ou não. Nestas
questões não cabe dizer sim ou não, porque a necessidade de abortar, pode ser
regida por situações contextuais tanto quanto naturais.
Acredito que o surgimento de uma vida, seja humana, animal ou vegetal tenha uma
explicação espiritual, natural e biológica e que não cabe a nós interferi-la, no
entanto, considero na mesma medida que não devo romantizar o assunto. O
contexto social, económico e cultural pode ser ou ter sido cruel no momento da conceção
da gravidez, e devido a isto, deixe incertezas para o casal, e principalmente
para mulher que terá que criar um filho sem bases psicológicas, sociais e
económicas acauteladas.
Depois deste não posicionamento entre o sim o não, meu amigo falou-me
que - talvez o aborto legalizado não diminua as taxas de mortalidade materna,
porque a lei é clara sobre as circunstâncias que deve ser feito, ademais, a
legalização talvez não diminua a clandestinidade, porque pode continuar a
ser praticada para situações que não estejam previstas na lei. Neste caso,
continuaremos a ter mortes não declaradas devido ao aborto.
Possivelmente não se trate apenas de dar a mulher o poder de decidir
sobre o seu corpo, no entanto, prestarmos atenção em outras questões como
culturais e sociais que possam elevar a consciência da mulher, do homem e dos
agentes da saúde (médicos, enfermeiros etc.…).
Devo considerar as suposições do meu amigo como lógicas, entretanto,
a questão pode não estar no aborto em si, mas na falta de segurança no momento
em que a mulher precisa se submeter ou ser submetida a ele.
Meu amigo afirmou que está ciente de que a questão do aborto pode
ser vista em duas abordagens a que defende o direito moral da vida do feto e a
outra que entende que a mulher tem direito moral sobre seu corpo, o que lhe
permite fazer o aborto
Não restam dúvidas que para nós não se trata de sim ou não. A
legalização do aborto pode ser um caminho para garantir que se reduza a
mortalidade materna, na medida que a mulher, nas condições descritas na lei,
poderá o fazer com segurança e acompanhamento médico, mas sabemos e estamos
conscientes que ele não resolverá outras
situações que a mulher e a sociedade está exposta. É necessário que a
legalização não signifique a banalização da conceção da vida, talvez por isso
estejam descritas na lei as circunstâncias em que é permitido.
Nestes casos, vale a pena que todos nós, principalmente, mulheres leiamos
a lei sobre o aborto para garantir a instrução sobre o assunto. Se nas diversas
circunstâncias que tenhamos que nos submeter ao aborto pudéssemos ter acesso a
um atendimento psicológico, não para dizer se devemos ou não abortar, mas para
nos puxar à consciência garantido desta forma, o preparo psicológico para o ato.
Amigo, tocando na questão da banalização, também tenho algumas perguntas
a fazer – Numa situação em que uma mulher se envolve com um homem casado, e um
homem com um contrato matrimonial seja civil, religioso ou de facto, e neste
envolvimento a mulher engravida, os dois acreditam que o aborto é a solução,
consideras que o aborto é o problema?
Numa situação em que dois jovens mantem um relacionamento sem que
tenham intuito de ficarem juntos e formar uma família, e a mulher ou melhor, os
dois engravidam, e acham que o aborto é a solução, consideras o aborto como o
problema?
Adianto que não se trata de julgar ou culpar os dois casais pelos
seus atos, como temos feito e agido enquanto telespectadores, esse não é nosso
papel, não trata de dizer se é certo ou errado, se é bom ou mau. As pessoas têm
o livre arbítrio, são livres de fazer suas escolhas. A minha proposta neste questionamento
é identificarmos a origem do problema para que possamos chegar, aproximadamente
em soluções que promovam a consciência e a humanização do individuo.
https://youtu.be/fPJCByu2I-g
https://youtu.be/xZUzsPWAs4U
Wau prof parabéns.
ResponderExcluirAbordoção da gravidez é a interrupção de uma gravidez resultante da remoção de um feto ou embrião antes de este ter a capacidade de sobreviver fora do útero.
Aborto que ocorra de forma espontânea denomina-se aborto e ou "interrupção involuntária da gravidez".
aborto deliberado denomina-se "aborto induzido" ou "interrupção voluntária da gravidez".
Todavia, O termo "aborto", de forma isolada, geralmente refere-se a abortos induzidos. Nos casos em que o feto já é capaz de sobreviver fora do útero, este procedimento denomina-se "interrupção tardia da gravidez"
No meu ponto de vista a decisão é do casal. Se eles querem tomar esta decisão ou não. Se eles não estavam preparado para tal ato, porque que fizeram? E agora querem abortar? Segundo parâmetros bíblicos é errado abortar.....
ResponderExcluirCaro leitor, a civilização é importante, e a evolução também, não vamos desvalorizar a fase em que estamos. A proposta com esse assunto é pensarmos e refletirmos o assunto. A bíblia, sim é importante para quem a utiliza como mecanismo para viver, no entanto, há coisas da atualidade que ela não responde, logo talvez necessite também de ser atualizada. Talvez seja necessário deixarmos de tomar o que nos convém como o certo ou errado. A questão do aborto não deve na minha opinião ser tomado como pecado, porque ao agirmos assim o diabolizamos. Vamos falar do aborto, não apenas na vertente em que ele é concedido pela lei e temos certeza que naquele momento é o certo a ser feito, e as outras situações como ficam? será que nessas outras situações o problema é a gravidez e a solução é o aborto
ExcluirA civilização veio tornar normal a coisas que segundo a bíblia Não se tomam como normal.mas a decisão é de cada um devemos respeitar
ResponderExcluirCaro leitor, a civilização é importante, e a evolução também, não vamos desvalorizar a fase em que estamos. A proposta com esse assunto é pensarmos e refletirmos o assunto. A bíblia, sim é importante para quem a utiliza como mecanismo para viver, no entanto, há coisas da atualidade que ela não responde, logo talvez necessite também de ser atualizada. Talvez seja necessário deixarmos de tomar o que nos convém como o certo ou errado. A questão do aborto não deve na minha opinião ser tomado como pecado, porque ao agirmos assim o diabolizamos. Vamos falar do aborto, não apenas na vertente em que ele é concedido pela lei e temos certeza que naquele momento é o certo a ser feito, e as outras situações como ficam? será que nessas outras situações o problema é a gravidez e a solução é o aborto.
ResponderExcluirSim devemos aprender a respeitar o outro
Considero o assunto pertinente e digno de reflexão tal como sugere o texto... rica é esta abordagem 👌
ResponderExcluirDe facto se encontram atrelados ao abordo tantos outros aspectos que não criam espaço para julgar de forma isolada a prática em si...
Há contexto que por si nos dão a ideia de ser o abordo uma atitude inteligente embora o grosso da cultura não considere nenhuma justificação para a prática do abordo...
O que é certo, é que não devemos julgar está questão de forma isolada, pois geralmente o aborto não está só ligado ao abordo em si...
Muito rica esta abordagem que nos foi sugerida 👏👏👏
Obrigado Doctora!!!